domingo, 31 de janeiro de 2010

Metal contra as Nuvens - Renato Russo


Não sou escravo de ninguém
Ninguém é senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra
Tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão (4x)

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

Tudo passa
Tudo passará (3x)

E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sobre oráculos... - Introdução


"A verdade é que a vida é difícil e perigosa
Que quem busca a própria felicidade não a encontra
Que quem é fraco, deve sofrer
Que quem exige amor, será decepcionado
Que quem é faminto, não será alimentado
Que quem busca a paz, encontrará a luta
Que a verdade é apenas para os corajosos
Que a alegria é apenas para aquele que não receia estar sozinho
Que a vida é apenas para aquele que não tem medo de morrer"

(Joyce Cary)


Oráculo (Oracle): do latim oraculum, anúncio divino...

1.Entre os antigos gregos e romanos;
a)o lugar onde ou meio pelo qual deidades eram consultadas;
b)a revelação ou resposta de um médium ou sacerdote

2.a)qualquer pessoa ou meio acreditado como em comunicação com uma deidade;
b)qualquer pessoa de grande conhecimento ou sapiência;
c)opinões ou declarações, emitidas por tal oráculo

3.O santo dos santos do antigo templo judeu

(Webster's New World Dictionary)



Oráculos são jogos sagrados, instrumentos de utilização séria ou elevada; o valor de sua utilização é que nos libera do esforço de aprender, libera-nos para que aprendamos como aprendem as crianças.

Considerados sob esta perspectiva, cada um de nós é um oráculo. Por exemplo, a consulta às Runas, coloca-nos em contato com nossa própria orientação interior, aquela parte nossa que sabe tudo quanto precisamos conhecer sobre nossa vida, agora.

Se existe uma notável autoridade moderna para a eficácia dos oráculos, esta é o psicólogo suíço Carl Jung, o qual afirmou que "As considerações teóricas de causa e efeito frequentemente parecem pálidas e esfumaçadas em comparação com os resultados práticos do acaso. Isso sugere que nada é demasiado insignificante para deixar de ser visto como uma pista que nos guiará para a ação correta e oportuna. A consulta ao oráculo nos coloca no tempo presente verdadeiro, pois o que quer que aconteça no determinado momento possui que Jung chama de: "A qualidade peculiar àquele momento".




(Fonte de pesquisa: Ralph Blum em "O Livro de Runas")

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dragão em sua forma...


Por que pensar na existência do Dragão com somente as características de agressivo, mal, comedor de gente e animais...?
Por que não ter a noção de um animal fiel ao seu guerreiro, enfrentando tudo e qualquer força do mal que sugerisse uma agressão à vida...à paz...à tranquilidade?

Dragão essência animal
Dragão força fenomenal
Dragão destreza
Dragão frieza
Dragão calor
Dragão amor
Dragão ancião
Dragão guardião
Dragão sabedoria
Dragão agonia
Dragão de vida e morte
Dragão da sorte

Tudo em referência ao Dragão...
Se tem dúvidas?
Procure o seu dentro de si...


por Pehn Dragon – Seguidor do Dragão do Fogo

domingo, 17 de janeiro de 2010

2 PRÊMIOS!!!





Acabo de ganhar 2 prêmios, os Sêlos Dardos e o Sêlo "Esse Blog Vale à Pena", recebido pelo Blog Metamorfose Ambulante da minha amada Yv.

A condição para ganhar esse prêmio é indicar mais outros 5 blogs preferidos, então indico:


Blog Chakaruna:
http://hernehunter.blogspot.com/

Blog Celtas Today:
http://celtastoday.blogspot.com/

Blog Metamorfose Ambulante:
http://yvannasaraiva.blogspot.com/

Blog Caminho Celta:
http://caminhocelta.blogspot.com/

Blog A Arte de ter Razão:
http://aartedeterrazao.blogspot.com/


Obrigado a todos que acompanham meu trabalho...

Pehn Dragon.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Brigid, a Deusa do Fogo


As lendas mais antigas dão conta que num distante dia primaveril dois sóis despontaram no horizonte para iluminar o mundo. Um deles era o velho Astro-Rei que como sempre emergiu do Leste para iniciar sua caminhada costumeira pelo céu até encontrar seu descanso no Oeste, enquanto o outro anunciava o nascimento de uma filha dos Tuatha Dé Danann.

Como fosse uma revelação do que seria o destino daquela menina no mundo e marca de sua força a casa onde nasceu ardeu até alcançar o céu numa chama de brilho imperecível nunca desfeita em pó , competindo em pé de igualdade com a luz do Sol durante o dia e até mesmo vencendo as trevas na noite.

Os que presenciaram o nascimento deste bebê de mística beleza puderam relatar de que no lugar de cabelos saiam de sua cabeça um pilar de fogo perpétuo solidificado em uma massa pétrea de cor vibrante que era como uma coroa de rubis a enfeitar ainda mais a face daquela criatura de ares sobrenaturais. Ela foi chamada de Brigindo pelos gauleses, Brigantia pelos britânicos e Brigith pelos gaélicos, sendo consagrada o seu culto pelos celtas principalmente como deusa do fogo.

Contudo, não era apenas fogo como elemento físico que representava arquetipicamente a imagem daquela divindade na medida em que os celtas tinham uma interpretação toda peculiar a respeito dos elementos da natureza. Assim, por exemplo, encaravam o fogo como uma energia espiritual latente a todas as coisas e inerente a certos processos cognitivos do intelecto humano bem como também a alguns estados emocionais como paixão, caridade, amor e etc . Nesta perspectiva , não por outra razão Brigith como ´´deusa do fogo´´ era vista também como uma espécie de patrona das Artes e da Poesia.


A Vida de Brigid

Uma aliança inusitada surge

Ao final da guerra com os Fir Bolgs os Tuatha Dé Danann finalmente tinham conquistado um espaço para firmar seu reino, porém, pairando sobre suas cabeças havia tanto a ameaça dos Fomorianos de virem em socorro de seu aliados ( os Fir Bolgs ) quanto passavam por sérios problemas ligados a buscar um sucessor ao Rei Nuada que estava segundo as tradições dananianas impossibilitado em continuar como monarca daquele povo por conta de seu grave ferimento em combate que rendeu a amputação da mão.

A solução para este grave problema surgiu das mãos de Dagma, regente por tantos anos dos dananianos antes de passar o poder para o jovem guerreiro Nuada, onde o velho rei sugeriu forjar uma aliança com os Fomorianos a partir do casamento de sua filha Brigid com o guerreiro Bress ( filho do Rei Elethan ) onde seria oferecido como dote o direito dele ser o monarca dos Tuatha Dé Danann em sucessão de Nuada.

De outro lado com este casamento é certo que Dagma garantiu de certa maneira o retorno de sua família ao poder, o que não poderia ter conseguido de outro modo seja por conta de sua idade avançada quanto não ter filhos varões ao trono. Sem esquecer o não menos importante fato que Bress abdicasse ou morresse seria Dagma a assumir a posição de regente até quando seus netos crescessem.

Ao final o que era para ser uma aliança de mera conveniência política entre dois povos inimigos terminou se revelando um amor verdadeiro entre Bress e Brigid , nascendo desta união como fruto Rúadan, Brian , Iuchar e Iurbarba. Porém, nem tudo eram flores como veremos a seguir....


Bress revela sua verdadeira face

Apesar de ter com Brigid quatros filhos, Bress fez questão de ´´expurgar´´ deles qualquer sinal de mácula de fraqueza por terem nascidos ´´ mestiços´´ pelo fato de parte do seu sangue fomoriano ter sido ´´misturano´´ aos dos dananianos. Assim, Rúadan, Brian , Iuchar e Iurbarba foram desde cedo afastados da mãe e mesmo dos seus parentes do lado materno, sendo criados como se fossem Fomorianos.

De todos seus filhos Brigid manteve pouco contato com exceção de Rúadan que nascido fraco e franzino ficou mais tempo ao lado da mãe, desfrutando do convívio com os Tuatha Dé Danann de um modo que nunca conseguiram seus outros irmãos. Apenas na adolescência é que finalmente Rúadan finalmente passou a conviver com seus parentes paternos.

Muita embora esta tamanha hostilidade de Bress com Brigith , o fato é que ele era apaixonado por sua esposa bem como se revelou nos primeiros anos como sendo um monarca razoável dos Tuatha Dé Danann neste tempo todo que estava casado.

Infelizmente com passar do tempo Bress se revelou um tirano, apenas interessado em retirar toda a riqueza de seus súditos com altos tributos cobrados em favor dos Formorianos e nem de longe preocupado com o bem estar dos Dananianos.

Como é óbvio deduzir foi uma questão de tempo para esta situação deteriorar em direção de gerar finalmente uma guerra entre os Formorianos e os Tuatha Dé Danann. Agora entre tantas morte ocorridas neste conflito houve apenas uma que foi lamentada tanto por Formorianos como os Tuatha Dé Danann, a saber o falecimento de Rúadan.

Contam as lendas que a deusa traduziu em prosa e verso toda sua dor pelo filho perdido, entoando um canto fúnebre em seu enterro que além de ser considerada a mais bela poesia já escrita também era de trazer lágrimas e obscurecer o coração do mais insensível entre o seres.


Brigith, uma Deusa que virou Santa?

Com a expansão do cristianismo entre os celtas suas antigas crenças sofreram um grande baque, porém, aquilo que não foi suprimido pelo descrédito ou eliminado brutalmente sob inspiração da intolerância religiosa dos recém-convertidos a nova fé persistiu residualmente na forma de sincretismo onde muitos deuses e deusas do panteão céltico terminam por se transformar em santos da Igreja Católica Apostólica Romana.

Neste processo de ´´cristianização´´ das divindades célticas um bom exemplo foi o que aconteceu com Brigith cujo o culto era muito popular que passou com a ascensão do cristianismo a ser venerada como Santa Brígida de Kildare cuja a hagiografia dá conta ter ela nascido na Irlanda por volta do ano de 450 no vilarejo de Leister em Faughart perto de Dundarlk de onde partiu muito depois para fundar o monastério de Cill-Dara em Kildare onde veiu a falecer em 25/02/ 525. ( sendo enterrada em Downpatrick ao lado de São Colombus e São Patrick , vindo posteriormente a compartilhar a condição de co-padroeira da Irlanda com estes santos ).

Há a claro a possibilidade de longe de ser uma mera personagem fictícia ter sido a Santa Brígida uma homônima da Brigid deusa , porém, vemos que existem semelhanças entre a vida das duas que supera qualquer coincidência e levanta a devida suspeita de que mesmo tendo existido a Santa Brígida não resta dúvida que seus biógrafos forçaram uma barra para que as duas fossem confundidas de modo que o culto a Brigid pelos celtas fosse pelo sincretismo substituído sem problema numa forma mais ´´aceitável´´ de devoção pelos recém-convertidos ao cristianismo.

Assim, por exemplo, se bem a Brigid como deusa era filha de um rei ( Dagma ) vemos que Brígida como santa tinha como pai aquele que era o chefe do vilarejo ( Dubhthach ) , a Santa era uma mulher dedicada a arte ( chegou a fundar uma escola sob os auspícios da Igreja para o estudo da arte ) e literatura ( famosa especialmente como autora do ´´ O Livro de Kildare ´´) enquanto a divindade céltica era considerada patrona das Artes e Poesia, o emblema da santa era uma vela acesa porquanto da deusa fosse considerada uma divindade do fogo e finalmente o dia santo da Santa Brígida é o 01° de fevereiro que justamente recai na mesma data quando era no passado celebrado pelos celtas um festival sagrado em honra a Brigid ( Imbole )
Curioso notar ainda que uma outra santa com o mesmo nome só que de procedência sueca, a saber Santa Brígida que figura como padroeira da Suécia e co-padroeira da Europa ao lado da Santa Catarina de Siena e Santa Teresa Benedita da Cruz, também guarda suas semelhanças. Vemos, por exemplo, que ela era filha do governador da Uplândia na Suécia tal como a Santa Brígida de Kildare tinha como pai o chefe de uma vila enquanto a deusa detinha um rei como figura paterna, fundou um monastério tal como a santa irlandesa e por aí vai.



Publicado por Ioldanach em 14/1/2007 para o site templo do conhecimento